Fibromialgia

          A Fibromialgia é uma doença complexa com múltiplos sintomas e que se caracteriza principalmente pela presença de dores nos músculos e tecidos conectivos fibrosos (ligamentos e tendões) específicos em até 18 regiões do corpo. Outros sintomas incluem: fadiga crônica, distúrbios no sono/ insônia, depressão, rigidez articular matinal, ansiedade e diminuição de resistência aos exercícios. Foi oficialmente reconhecida em 1990 pelo comitê do Colégio Americano de Reumatologia.

Não são muito claros os mecanismos de desenvolvimento da fibromialgia, mas os achados laboratoriais são bem expressivos, pois apontaram atrofia das fibras musculares tipo II, edema focal, alterações mitocôndrias, diminuição das concentrações de glicogênio e hipóxia das fibras musculares causada por alterações da microcirculação. Podem-se perceber duas características evidentes: são músculos fracos e fadigam com facilidade, portanto o trabalho ideal para o portador de fibromialgia não deve ser prolongado, nem de altas cargas de peso (hipertrofia).

Embora afete ambos os sexos, 80% dos casos referem-se a mulheres entre 20 e 55 anos, com estado sócio-econômico médio e alto.

            O diagnóstico é através do tato usando o polegar em 18 pontos anatômicos pré-estabelecidos, com uma pressão de 2 a 4 kg. A dor em pelo menos 11 já caracteriza a doença. Nestes locais formam-se nódulos dolorosos que levam a muita dor ao serem pressionados.

Somente o médico pode dar o diagnóstico. O professor de Educação Física pode ajudar, pois há muitas pessoas que não sabem que têm a doença. Em caso de suspeita, procurar orientação de um reumatologista. Não existem exames laboratoriais ou radiológicos para diagnosticar a doença. Somente por exclusão.

A fibromialgia causa uma série de conseqüências à saúde do individuo como,

- Capacidade funcional diminuída

- Baixa capacidade física

- Baixa qualidade de vida

- Isolamento social

- Baixa estima

- Afastamento das atividades profissionais

- Secura na boca

- Incontinência fisiológica

- Sensibilidade à luz

- Mudanças de humor

- Incapacidade cognitiva

            A atividade física para este individuo deve ser de baixa intensidade em todos os seus tipos, devido a vários fatores. Deve-se ter o máximo de cautela e bom senso e limite pelo mínimo. O objetivo principal é manter o individuo se exercitando, já que a aderência é pequena e a capacidade bio-psico-social-funcional é muito baixa.

            Como benefício, a atividade física proporciona para uma pessoa com fibromialgia: sono recuperador, endorfinas endógenas, diminuição da depressão, melhora da auto-estima, atividades físicas funcionais que melhoram o dia a dia, diminuição dos pontos dolorosos de dor e dores em geral e convívio social.

            O exercício físico para uma pessoa com fibromialgia deve ser acompanhado com muito cuidado e merece uma atenção redobrada devido a pouca produção de serotonina (que é uma substância produzida pelo organismo para regular a sensação de dor). Em uma pessoa saudável, quando o corpo se exercita, ou se movimenta, o organismo produz automaticamente a serotonina para proteger os músculos de dores. Sendo assim, basta uma pequena sobrecarga das articulações, para que a dor comece, de forma que, o ideal é praticar atividades leves, e também uma atividade que cause prazer à pessoa para que aumente os níveis de serotonina no cérebro.

            A meta para uma pessoa com fibromialgia não deve ser o ganho de massa muscular e sim a melhoria do bem-estar e da saúde. Para isso este paciente tem que estar sendo muito bem acompanhado por um médico e um profissional de educação física.